segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Plano para desafogar Restauração

No mês em que o primeiro dos três hospitais metropolitanos previstos para o estado é inaugurado, o Hospital da Restauração, o maior serviço de urgência e trauma do Norte/Nordeste e uma das principais referências do estado em neurologia, completa 40 anos tentando sair do sufoco.
Com a inauguração do Miguel Arraes, a expectativa é que ambulâncias da área Norte deixem de se deslocar para as unidades centrais do Recife. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Com um perfil voltado para traumatismos graves, politraumatismos, agressões por arma branca ou de fogo, hemorragia digestiva alta e baixa, fraturas expostas, queimaduras graves, intoxicação e pacientes com risco de vida, o HR está inchado. Cerca de 70% da sua demanda são pacientes que nem deveriam ir para lá. Casos que fogem ao perfil de alta complexidade da unidade e deveriam ser atendidos em policlínicas, serviços de pronto atendimento e até Unidades de Saúde da Família. Outros tantos são de municípios distantes do Recife que não contam com serviços de alta complexidade ou têm capacidade reduzida de atendimento.

Como o Hospital Miguel Arraes de Alencar foi planejado para atender a população de 11 municípios, espera-se que ele abarque 22% da demanda diária do HR (pacientes da área Norte da Região Metropolitana do Recife e da Zona da Mata). O hospital deverá desafogar, ainda, unidades como o Getúlio Vargas, no Cordeiro, já que esses moradores também se deslocam para o local. Pelo novo modelo integrado, o reforço contará com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h, que atenderão casos de média complexidade, evitando que esses pacientes contribuam para a superlotação dos grandes hospitais. Serão entregues à população 20 unidades até o final de 2010.

Após as UPAs de Olinda, Paulista e Igarassu, que serão inauguradas no início do próximo mês, as unidades da Caxangá, Imbiribeira e de São Lourenço da Mata também ficarão prontas em janeiro. No mês seguinte, devem ser inauguradas as UPAs dos Torrões e do Curado. Em maio, será a vez da inauguração das unidades do Cabo de Santo Agostinho, do Engenho Velho e de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes. Sem contar com outras sete unidades do Recife, uma de Caruaru e uma de Petrolina.

"Os três novos hospitais terão um impacto muito grande na desobstrução do HR, do HGV e do Otávio de Freitas. E as UPAs vão trazer outro benefício, que é o atendimento de média complexidade. Cada uma irá atender 400 a 500 casos por dia", disse o secretário de Saúde do estado, João Lyra Neto. As unidades de Olinda, Paulista e Igarassu irão atender pacientes em clínica geral, pediatria e ortopedia, com capacidade para realizar 22 mil atendimentos de urgência e procedimentos de baixa e média complexidade por mês, além de 9,2 mil procedimentos diagnósticos, cada.

Mudanças - Além dos impactos de investimentos externos, o HR está passando por reformulações internas. Em outubro, o ambulatório foi transferido para o Hospital Geral de Areias, na Estância. No HR, só ficaram os atendimentos ambulatoriais de curativo de queimados, endocrinologia pediátrica e triagem neonatal. A mudança foi provocada pela construção de uma emergência clínica no HR com 80 leitos, sendo 10 voltados para a sala vermelha de alta complexidade e pela reforma do ambulatório. A previsão é que o setor retorne em janeiro, com uma diferença: ele deixará de receber demanda espontânea, atendendo apenas os pacientes do próprio hospital ou os encaminhados oficialmente por outras unidades de saúde. O HR realiza, em média, 2,2 mil internações, 800 cirurgias, 10 mil atendimentos emergenciais e 13 mil ambulatoriais por mês.

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