Pelo menos 41 pessoas morreram no Rio de Janeiro durante a tentativa de invasão do Morro dos Macacos no último dia 17 e as operações policiais realizadas nesta semana, em decorrência dessa tentativa, conforme informação divulgada pela Polícia Militar.
Segundo a corporação, entre os mortos estão três inocentes e três policiais militares. Ainda de acordo com a Polícia Militar, 58 pessoas foram presas e 38 armas apreendidas, além de cinco granadas. As operações policiais foram desencadeadas ao longo da semana para tentar prender os responsáveis pela tentativa de invasão. Entre as últimas quinta (22) e sexta-feiras (23), uma grande ação foi feita nas favelas do Complexo da Penha, na zona norte do Rio, onde pelo menos cinco pessoas ficaram feridas por balas perdidas, entre elas um estudante de 18 anos e um ex-combatente do Exército de 86 anos.
Também durante esta operação na Penha, a polícia trocou tiros com traficantes em pleno terreno da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24 Horas do bairro, enquanto dezenas de pessoas aguardavam atendimento médico. Questionado sobre o risco de tiroteios em áreas densamente povoadas e em pleno terreno de uma unidade de saúde estadual, Cabral disse que é preciso haver “estresse” para acabar com o tráfico de drogas.
Segundo ele, o poder do tráfico é resultado de governantes anteriores que não queriam “estresse”, ou seja, que não queriam fazer operações policiais. “A postura anterior sempre foi uma postura de não criar estresse. Deu no que deu. Tivemos o crime organizado se fortalecendo. Para a gente chegar à pacificação que nós chegamos em várias comunidades, que hoje não têm crime organizado, nós avançamos. Queria eu que os criminosos não reagissem à nossa ação policial. Queria eu que fossem cidadãos como a maioria do povo, que respeitam as autoridades”, disse.
Ao contrário do que afirmou Cabral, no entanto, as operações policiais constantes em favelas do Rio de Janeiro fizeram parte das políticas de segurança das administrações fluminenses nos últimos 15 anos, como os governos de Marcello Alencar (1995 a 1999), que chegou a instituir uma gratificação por bravura aos seus policiais (conhecida como gratificação "faroeste"), de Anthony Garotinho (1999 a 2002) e da antecessora de Cabral, Rosinha Garotinho (2003 a 2006.
Da Agência Brasil
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