O Vaticano confirmou neste domingo que está acompanhando de perto o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento em seu país por causa de adultério e outros crimes.
Em um comunicado divulgado para a imprensa, a Santa Sé afirmou que está acompanhando o caso com o que chamou de atenção e participação, e afirmou que poderá usar canais diplomáticos para apoiar Ashtiani.
O Vaticano afirmou que sua posição contrária à pena de morte é publicamente conhecida e que a morte por apedrejamento é uma forma particularmente cruel de cumprir a sentença.
O comunicado foi feito depois de um apelo do filho de Ashtiani, Sajjad Ghaderzadeh ao papa Bento 16, durante uma entrevista à agência de notícias italiana Adnkronos.
Ainda segundo o comunicado, a intervenção do chefe da Igreja Católica em questões humanitárias ocorre através de canais diplomáticos, e este tipo de ação já foi tomada várias vezes no passado.
O caso de Ashtiani veio à tona em meados deste ano, chamando a atenção da comunidade internacional e provocando uma campanha por sua libertação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a oferecer asilo para a condenada, mas os pedidos foram rejeitados pelo governo iraniano.
Também neste domingo, ressaltando que tem "todo o respeito pela soberania iraniana", o governo italiano pediu a Teerã que tenha clemência neste caso.
A Itália tem fortes ligações econômicas com o Irã, principalmente no campo de energia.
Por hora, o governo iraniano suspendeu temporariamente a execução por apedrejamento, mas fontes iranianas afirmam que a ré poderá ser enforcada.
No sábado, o filho de Ashtiani revelou que ela também foi condenada a 99 chibatadas, depois que uma foto sua sem o véu islâmico foi publicada pela imprensa britânica.
Ashtiani está presa desde 2006 na cidade de Tabriz.
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