Da Agência Brasil
São Paulo – O custo da cesta de produtos alimentícios essenciais registrou queda, no mês de agosto, em 16 das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O recuo foi maior em Natal, onde a cesta ficou 6,39% mais barata e em Recife, 6,28%. Retrações menores foram registradas em Florianópolis (0,08%), Goiânia (0,49%), no Rio de Janeiro (0,57%) e em Curitiba (0,71%). A única capital onde foi registrada elevação foi Porto Alegre (1,36%).
Entre os itens que influenciaram o recuo, na maioria das capitais, está o tomate, que registrou queda em 14 das localidades pesquisadas. As maiores reduções foram registradas em Natal (45,74%), Fortaleza (38,78%), Salvador (37,10%) e Recife (31,60%). Os aumentos foram apurados em Florianópolis (5,08%), Goiânia (5,97%) e Porto Alegre (12,97%).
O feijão foi outro item que influenciou a queda no custo da cesta, com o preço ficando menor em 13 capitais, com destaque para Belo Horizonte (12,44%), Recife (11,67%), São Paulo (10,34%) e Natal (9,11%). O preço do arroz ficou menor em 12 cidades, especialmente em Brasília (8,37%), Aracaju (5,10%) e Vitória (3,93%).
O coordenador da pesquisa, José Maurício Soares, explicou que a queda do preço do tomate, em quase todas as capitais, ocorreu porque o custo do produto estava muito alto em meses anteriores e, não havendo sustentação para manter o preço elevado por mais tempo, veio a redução. “A melhora do clima, com menos chuva geada e frio intenso, também contribuiu”, completou.
A carne, no entanto, foi um dos produtos com maior elevação de preço. O custo do produto subiu em 14 capitais, com destaque para Fortaleza (5,19%), Vitória (3,57%), Rio de Janeiro (3,46%) e Belo Horizonte (3,01%). “Isso [ocorreu] basicamente pela seca do pasto e o boi não engordando suficientemente para o abate”. Segundo Soares, a carne, que é o item mais caro da cesta básica, não está presente nas cestas do Norte e Nordeste. Com isso, o custo da cesta nessas localidades não sofre a influência dessa alta.
Para o coordenador da pesquisa, a tendência é que os preços continuem em queda na maioria das capitais, mesmo com a entressafra do arroz. “O problema maior seria o arroz que, apesar de ter caído em 12 capitais, está no período de entressafra. O plantio é agora e, com a colheita no final do ano, pode haver alguma falta de estoque e o preço pode subir, mas não será um aumento muito grande porque ele não é o principal item”.
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