O Rio Grande do Norte registrou sete mortes por gripe A(H1N1) num intervalo de apenas três semanas. Os óbitos, que ocorreram entre a última semana de outubro e as duas primeiras de novembro, foram confirmados na quinta e sexta-feira pelo Instituto Evandro Chagas, de Belém, que realizou os exames laboratoriais com as amostras de secreção dos pacientes enviadas. A explosão de casos graves e de mortes deixou as autoridades de saúde estaduais em alerta. Médicos da rede pública serão capacitados na semana que vem.
De maio a setembro, o Rio Grande do Norte havia registrado somente um óbito, em junho. De acordo com a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Juliana Araújo, as mortes podem ser resultado de uma segunda onda de gripe A(H1N1). “Estamos estudando isso. Outros países já anunciaram uma segunda onda, em que o vírus geralmente vem com uma severidade maior. Acomete mais gente e de forma mais grave”, disse ela, em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio. Seis das sete vítimas estavam no chamado grupo de risco – duas gestantes, um cardiopata, um hipertenso, um obeso e um diabético.
A Sesap informou ontem, em seu boletim epidemiológico, que além das oito mortes confirmadas há outros quatro óbitos em investigação, também ocorridos nas últimas três semanas. O balanço registra 70 casos confirmados, 148 suspeitos e 140 descartados.
Juliana explicou que, desde junho, a Sesap havia anunciado a transmissão sustentada do novo vírus influenza em território estadual, ou seja, que o H1N1 circula livremente. “Na época, tivemos vários casos de síndrome gripal. Em setembro, registramos uma queda brusca nas notificações. Mas, na última semana de outubro, começou a haver um aumento no número de casos, muitos deles graves. Fizemos uma chamada para que a população evitasse procurar o sistema de saúde num momento tardio”, esclarece.
A Sesap não sabe o que pode ter motivado a onda de mortes. O órgão afirmou que não houve nenhum fator que explicasse o fato, como baixa temperatura ou fortes chuvas. “Pelo contrário, o Nordeste tem um clima desfavorável ao vírus”, lembrou Juliana Araújo.
A secretaria garantiu que não vai alterar sua estratégia de atuação. “Estamos seguindo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS)”, observou Juliana. “Vamos intensificar a capacitação dos médicos”, acrescentou.
Os novos óbitos fizeram o Rio Grande do Norte saltar para o segundo lugar no Nordeste em número de mortes, atrás apenas da Bahia, onde 14 pessoas morreram em decorrência da nova gripe.
PERNAMBUCO - O balanço de ontem divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) revela que Pernambuco segue com cinco óbitos em virtude da gripe A(H1N1). Outras duas mortes estão sendo investigadas pelo Instituto Evandro Chagas e 13 foram descartadas. O Estado tem 126 casos confirmados e outros 152 suspeitos. Sete pessoas estão internadas na rede pública com a doença e quatro em hospitais particulares.
Fonte: JC online
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