Não precisou acompanhar os resultados das outras partidas. Em nenhum momento da tarde de ontem o Náutico ficou próximo do milagre da sobrevivência na Série A.
Foto: Ricardo Matsukawa/Futura Press
Aos três minutos do primeiro tempo, já perdia para o Santo André por 1 x 0. Aos 18, o placar estava 2 x 0. O jogo terminou 5 x 3, com a equipe do ABC paulista ainda viva na luta contra o rebaixamento graças às derrotas de Coritiba e Botafogo. Ao Timbu, resta apelar para a "honra" na despedida da primeira divisão contra o Avaí, mergulhar no processo sucessório e iniciar o planejamento para a Segundona.
"Você não é rebaixado por causa de um jogo só. Foi toda uma sequência de erros e de chances desperdiçadas. Houve jogos em que a defesa se comportou muito bem e o ataque não funcionou. O resultado contra o Santo André apenas nos colocou matematicamente fora do campeonato. O grupo todo perdeu. O Náutico perdeu"
Geninho - técnico do Náutico
A revolta de Geninho no intervalo com o sistema defensivo era justificada. O Náutico sofreu três gols no primeiro tempo em vacilos inaceitáveis. Como deixar Nunes, um centroavante nato, livre na área em cobrança de falta de Marcelinho Carioca? O que falar da facilidade de Rômulo no contra-ataque do Santo André, do toque entre as pernas de Cláudio Luiz para Wanderley fazer 2 x 0? E como justificar a bobeira do zagueirão quando Marcelinho cobrou lateral e Wanderley venceu na velocidade e fez o terceiro aos 36? Pelo menos, nesse momento, o Náutico já tinha feito um. Por acaso, numa cobrança de falta de Carlinhos Bala, aos 29 minutos.
A bronca de Geninho até melhorou o sistema defensivo do Náutico, mas não adiantou nada. Aos 12 minutos, o frango de Glédson no chute de Rômulo, de longa distância, parecia responder a todas as perguntas. Quatro gols sofridos a partir de erros de uma equipe desatenta, que entrou em campo moralmente rebaixada para enfrentar outra que, de fato, ainda acreditava no milagre.
Somente quando a partida estava praticamente decidida, com 4 x 1 no placar, o Náutico mostrou alguma qualidade e disposição para "vencer". Reação tardia, mais baseada no desespero. Aos 16 minutos, Márcio lançou da defesa. A defesa do Santo André parou e Carlinhos Bala saiu cara a cara com Neneca. Conseguiu desviar a bola para Anderson Lessa empurrar para as redes. O Náutico tentou pressionar, mas esqueceu dos contra-ataques. E Nunes, mais uma vez livre de marcação, ampliou para 5 x 2 aos 29. Apenas para fechar o placar, Nílson marcou mais um para o clube pernambucano aos 34.
"Incaível" - A derrota para o Santo André acabou com o rótulo de incaível, carinhosamente dado pelos torcedores, depois que o time conseguiu manter-se bravamente na elite do futebol brasileiro nos dois últimos anos. Mas não foi por causa do resultado de ontem que o Náutico caiu, mas sim por uma série de fatores acumulados durante a temporada. Um final que já era temido.
Que o diga o ex-presidente Ricardo Valois. Ainda no início da competição, no auge da euforia, o então vice de futebol confessou a alguns: se pudesse, trocaria a vice-liderança momentânea (alcançada na terceira rodada) pela garantia do 16º lugar no final. De fato, permanecer mais um ano na elite seria o céu. Não deu.
Promessa de ano difícil em 2010. A queda de receita será latente. Sem os recursos da Série A, resta superar dificuldades. Aprender com os erros e mirar exemplos de sucesso dentro do próprio clube, para quem sabe repetir o desempenho que culminou no acesso em 2006.
Fonte: Diario de Pernambuco
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