A viúva do Guardião do Forte, Gilsinele Silva Souza, mais conhecida como Nele, falou esta manhã sobre a crise vivida pela Fundação do Forte, que era presidida pelo marido, José Amaro de Souza Filho, 60 anos, assassinado no dia 29 de novembro passado. A vice-presidente da entidade, reuniu a imprensa no Forte Orange, em Itamaracá, para denunciar que os 10 funcionários está há dois meses sem receber salários e para pressionar o poder público para reabrir o forte, que estaria fechado para visitação, prejudicando o turismo local.
Memória - Zé Amaro foi morar no Forte Orange em 1980. Após conseguir uma autorização do Exército para se instalar no local, ele começou o trabalho de recuperação. Além de cuidar da limpeza e capinação da fortificação, o artista se encarregou de reformar a construção e ainda garantiu que o local não fosse mais alvo de vândalos, usuário de drogas e bandidos.
Entre um conserto e outro, Zé Amaro fazia suas esculturas, que eram vendidas na Lojinha do Forte. De 1980 e 1993, o pequeno comércio funcionou para sustentar o Forte. Já em 1991, o artista criou a Fundação Forte Orange, com o objetivo de manter e preservar a fortificação.
Mais tarde, em 1994, graças ao artista, Itamaracá ganhou o seu primeiro museu, que foi inaugurado pelo então Embaixador da Holanda Hendrix Van Oordt
Assassinato - José Amaro estava dirigindo uma caminhonete quando foi alvejado. O crime ocorreu por volta das 18h, na Estrada da Lagoa Azul, em Vila Velha. Segundo a polícia, duas linhas de investigação foram iniciadas. Ambas envolvem um sócio e um ex-funcionário da vítima. Desde o dia 18 de outubro, segundo a polícia, José Amaro não era mais o guardião do Forte.
De acordo com o delegado Gustavo Souza, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a vítima era sócio de uma criação de codornas e estaria indo alimentá-las quando foi abordada. "Estamos trabalhando para tentar identificar o autor desse crime. O sócio de José está preso por ter matado um outro parceiro de negócios. Também temos como suspeito um funcionário que se demitiu no último domingo. Os dois serão investigados e chamados para prestar depoimento. Eles são as pessoas mais próximas da vítima. Não vamos descartar nada até o fechamento do caso", disse o delegado, referindo-se à saída de José Amaro do Forte Orange. No momento do crime, o autor disparou várias vezes e acertou o vidro lateral do veículo onde a vítima estava.
Segundo a família, José estava tentando melhorar as condições financeiras com a criação de cordornas. "Ele só estava trabalhando. Eu tenho certeza que esse crime tem relação com o novo negócio", contou a esposa, Gilsinele Silva Souza. Para ela, a demissão do Forte não tem nada a ver com o crime. De acordo com informações colhidas pela políca, o sócio de Amaro já teve vários atritos com a população.
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