O clamor nacional e de parte da imprensa por Ronaldinho Gaúcho e até do Rei Pelé pelo atacante Neymar na Copa da África do Sul recebeu um banho de água fria do técnico da seleção brasileira, Dunga, no desembarque no Aeroporte de Cumbica, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (4).
O ex-volante baseou sua atitude em fatos anteriores na própria seleção brasileira. Ele, inclusive chegou a declarar que, para ir à Copa sem disputar amistoso, só se for um novo Pelé.
"A história da Seleção, se você for lá pesquisar, mostra que todos os jogadores que não tiveram amistosos e não jogaram, nunca deu certo. Nada é definitivo, mas a história demonstra isso. Tem que ser realmente um jogador diferenciado, que venha para jogar e encha os olhos de todos", disse, em entrevista à Gazeta Press.
Sem citar o nome do santista, Dunga lembrou que o Brasil é pródigo em ver jogadores talentosos surgirem mas não que muitos deles não mantiveram a regularidade digna de um craque na sequência da carreira.
Quanto a Ronaldinho Gaúcho e, em menor grau, Ronaldo Fenômeno, o comandante canarinho lembrou as críticas que a dupla sofreu após a eliminação na Copa 2006. "As pessoas tem que lembrar o que falavam em dois mil e seis e que agora, infelizmente, falam o contrário. Tem que ver quando estava a verdade: se antes ou se agora", concluiu Dunga.
Do JC Online
Quem atira a primeira pedra e nega que Dunga tenha razão? Jogar na Seleção Brasileira (isso mesmo, com letra maiúscula) é assim como a conclusão da construção de uma casa. Começa-se por cavar as covas que irão abrigar as bases. Essas bases são feitas de tijolos, no entanto não são esse tijolos que dão a sustentação a construção, mas os ferros e o concreto. O jogador de futebol faz sua base jogando bem no clube que defende, mas é preciso lembrar que a regularidade em futebol funciona assim como os tijolos de uma construção. No caso do jogador de ataque, o concreto e o ferro que dão sustentação a construção, são os gols. Todos sabem que reformar é mais caro do que construir e, quase sempre, nunca fica a mesma coisa. Ronaldinho Gaúcho permitiu que seus alicerces desabassem, minando e enferrujando a unanimidade que uma dia foi. Tentou reformar suas bases e paredes e até que não ficou ruim, mas como disse anteriormente, uma reformar nunca fica como uma nova construção. Dunga tem razão em não convocá-lo. Não por que ele não seja um bom jogador, mas porque Ronaldinho já não é mais o mesmo e sua convocação pode se tornar um grande erro.
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