Até a noite de terça-feira, 121 vítimas do terremoto da semana passada foram resgatadas dos escombros no Haiti. Os dados foram divulgados ao fim do dia pelo Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês).
A entidade informa também que as operações de resgate chegaram a contar com 52 equipes, somando 1820 profissionais de vários países e 175 cachorros treinados. Porém, na terça-feira esse número havia sido reduzido para 36 grupos de busca.
Uma católica de 69 anos, que disse ter rezado durante uma semana sob os escombros, está entre os sobreviventes. Sete dias após o terremoto que devastou o país e que pode ter matado entre 200 e 250 mil, histórias de resgates milagrosos e bem sucedidos continuam dando esperança a centenas de pessoas. Anteriormente, especialistas disseram que, sem água, vítimas soterradas após terremotos não sobrevivem além de três dias.
Ena Zizi conversava com o arcebispo quando o terremoto atingiu Porto Príncipe e a estrutura da igreja onde a haitiana estava foi abaixo, soterrando-a sob os escombros. Na terça-feira ela foi resgatada por uma equipe mexicana. Zizi disse que logo após o tremor conversou com um padre que também ficou preso. Após alguns dias, o homem se calou e a senhora passou o resto do tempo rezando e esperando sozinha.
"Só conversei com o meu chefe, Deus", disse ela. "E não precisei mais de humanos".
Médicos que examinaram Zizi na terça-feira disseram que ela estava desidratada, que havia deslocado o quadril e quebrado uma perna.
"Estou, mais ou menos, bem", afirmou a senhora, deitada sob um cobertor termal do lado de fora do hospital cubano. Equipes que trabalham na catedral destruída recuperaram o corpo do arcebispo Joseph Serge Miot.
Em outros pontos da capital, duas mulheres foram resgatadas dos escombros de uma universidade. E, pouco antes de iniciar o oitavo dia de buscas, a sorridente e cantante Lozama Hotteline, de 26 anos, foi encontrada sob os restos de uma loja na região de Petionville.
Os 17 homens do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que integram a megaequipe dedicada ao resgate de 80 pessoas soterradas nos escombros do Hotel Montana, sabem que, 72 horas após um terremoto, as chances de se encontrar uma pessoa viva sob imóveis desabados cai para 7%. O que não tira o entusiasmo da equipe. Às 8h de terça-feira, eles já trabalhavam no teto desabado do hotel de seis andares perfurando um buraco no poço do elevador e descendo de rapel pela estrutura, tentando achar sinal de sobreviventes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário