quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Bovespa, o dólar e as bolsas mundiais neste dia 21 de outubro

O dólar comercial fechou no terreno positivo nesta quinta, dia marcado pelas reações às medidas do governo que vedaram aos investidores estrangeiros chances de burlarem o pagamento de IOF. A divisa norte-americana subiu 1,61%, cotada a R$ 1,702 na venda. Com a valorização, a moeda atinge o maior patamar em mais de duas semanas. O Banco Central retirou de circulação US$ 150 milhões nos dois leilões de compra de dólares no mercado á vista.

Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se encaminha para um fechamento no vermelho, nesta quinta, depois da oscilação no início dos negócios. O clima é de realização de lucros. Há pouco, o Ibovespa, índice de referência do mercado brasileiro, caía 1,24%, aos 69.533 pontos. As ações PNA da Vale recuavam 1,92% (a R$ 48,35) e as PN da Petrobras perdiam 2,88%, a R$ 24,26.

Para analistas, a reação dos agentes às novas determinações do Banco Central (BC), que fecharam algumas brechas que permitiriam ao estrangeiro fazer os depósitos de margem na BM&F sem recolher o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, explica a alta do dólar ante o real e queda do Ibovespa.

— Vale e Petrobras estão pesando muito. A taxação do IOF é ruim e prejudicial aos investidores estrangeiros. Traz preocupação de que o governo possa sinalizar com novas taxações. O dia foi de realização na Bovespa, com fuga de investidores — disse Paulo Hegg, analista da Corretora Um Investimentos.

Na quarta, o Banco Central também determinou que a bolsa brasileira vedasse a utilização de carta fiança obtida pelos estrangeiros em bancos brasileiros para uso como garantias em operações de derivativos. A modalidade é isenta de IOF. O presidente da Bovespa, Edemir Pinto, afirmou, nesta sexta, ainda ser cedo para determinar o impacto de novas medidas para IOF e acrescentou que entende a medida, pontual, como necessária para frear "algo mais importante", que é a supervalorização do real.

Crescimento chinês desacelerou no 3º trimestre

A atenção dos investidores estão voltadas para dados da China. O crescimento econômico do país asiático desacelerou para 9,6% no terceiro trimestre, ante 10,3% no mesmo período do ano passado, informou a agência de estatísticas local nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam uma expansão de 9,5%. A alta anual dos preços ao consumidor em setembro acelerou para 3,6%, em linha com a previsão.

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As bolsas de valores da Europa encerraram a quinta-feira em alta, com o índice da região fechando no patamar mais alto em seis meses, impulsionado por série positiva de balanços trimestrais de termômetros de mercados como a Nokia.

As ações da maior fabricante mundial de celulares subiram 6,3 por cento após a empresa divulgar lucro acima do esperado, graças à forte demanda por smartphones baratos.

O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais empresas europeias, encerrou em alta de 0,58 por cento, aos 1.092,73 pontos, maior nível desde o fim de abril.

"Os índices de ações estão rompendo as resistências à medida que a sombra da crise bancária e recessão se dissipa", disse Marc Renaud, presidente-executivo da gestora parisiense de ativos Mandarine Gestion.

Contrariando a tendência, as ações do banco suíço Credit Suisse caíram 4,5 por cento depois que o lucro no terceiro trimestre afundou 74 por cento, com poucos negócios em ações pesando nos lucros do banco de investimento.

Em Londres, o índice Financial Times fechou em alta de 0,50%, a 5.757 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 1,33%, para 6.611 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 1,31%, para 3.878 pontos.

Ontem, depois de avançar mais de 1%, impulsionado por China e IOF, o dólar comercial teve um novo dia de queda ante o real. A moeda americana registrou desvalorização de 0,71%, a R$ 1,675 na venda e a R$ 1,673 na compra. No dia anterior, o dólar havia subido 1,26%, a R$ 1,687 na venda.

Também na véspera, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 0,77%, aos 70.404 pontos.

Bolsas da Ásia reagem a dados da China

Dados referentes ao desempenho da economia chinesa impactaram de forma distinta as bolsas da Ásia nesta quinta-feira. Após o governo da China anunciar desaceleração no crescimento econômico no terceiro trimestre e avanço da inflação em setembro, o índice Shanghai Composite, da bolsa de Xangai, recuou 0,68%, para 2.983,53 pontos. Já em Hong Kong, o índice Hang Seng seguiu em mão contrária e registrou alta de 0,39%, aos 23.649,48 pontos.

Na bolsa de Tóquio, o Nikkei 225 cai levemente, 0,05%, para 9.376,48 pontos, enquanto em Taipé o Taiwan Taiex apresentou leve valorização, de 0,08%, aos 8.131,23 pontos. O índice Kospi, da bolsa de Seul, por sua vez, avançou 0,23%, para 1.874,69 pontos.

Em Sydney, o SP/ASX 200 recuou 0,04%, para 4.622,90 pontos, com as ações dos bancos em baixa, enquanto as das mineradoras subiram. Os papéis do National Australia Bank recuaram 2,12%, seguidos pelos do Australia Nz Banking e do Westpac, com quedas de 1,32% e 1,20%, respectivamente. Na outra ponta, as ações da BHP Billiton ganharam 0,83%, acompanhadas pelas da Rio Tinto e Newcrest, com altas de 0,66% e 0,43%, respectivamente.

Nesta quinta-feira, o governo da China informou que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país no terceiro trimestre foi de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2009, o que representa uma desaceleração frente aos 10,3% registrados no segundo trimestre e aos 11,9% referentes aos primeiros três meses do ano.

A inflação, por sua vez, avançou no mês passado, chegando a uma taxa anualizada de 3,6% - a maior em quase dois anos.


Da Agência O Globo

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