sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sogro de turista alemã deixa cela para fazer exames médicos

O sogro da turista alemã, Ferdinando Toneli, deixou a cela onde está preso no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para fazer exames médicos na manhã desta sexta-feira (26).

Ferdinando Toneli não foi algemado, mas saiu acompanhado de dois policiais. De acordo com o Consulado da Itália no Recife, Ferdinando é hipertenso e toma remédios controlados. Ele juntamente com o filho Pablo Toneli foram presos na última terça-feira (23) suspeitos de envolvimento na morte da alemã Jeniffer Kokler.

Na tarde dessa quinta-feira (25), o pedido de habeas corpus dos dois foi negado pelo desembargador Antônio de Melo, do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Após negar o pedido de relaxamento de prisão, o desembargador também solicitou à juíza Marinês Marques Viana, da Vara Criminal de São Lourenço da Mata, mais informações sobre o caso. A juíza foi a responsável pelo decreto que mandou à prisão Pablo e Ferdinando Tonelli, respectivamente, marido e sogro de Jennifer.

Agora a decisão final sobre o pedido de habeas corpus será tomada pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que se reúne todas as quartas à tarde. Com isso, pai e filho devem permancer presos, no mínimo, até a próxima quarta-feira (3).

O pedido de maiores esclarecimentos junto à juíza de São Lourenço, segundo explicou a Assesoria de Comunicação do TJPE, deve embasar o posicionamento definitivo do desembargador Antônio de Melo, que integra a Segunda Câmara Criminal junto com Helena Caúla e Mauro Alencar.

O CASO - A turista alemã Jennifer foi assassinada no último dia 16. O corpo foi encontrado na BR-408, em São Lourenço da Mata, próximo ao Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no Grande Recife, com quatro perfurações à bala. Segundo a família, dois homens em uma moto encostaram no veículo onde Jennifer estava com o marido, os sogros e o filho de 2 anos e obrigaram Pablo Tonelli, que dirigia o carro, a parar. Os supostos ladrões, então, teriam obrigado a família a sair do carro e entregar todos os pertences. Um dos bandidos teria levadoJennifer no automóvel e o outro seguiu de moto. A jovem foi encontrada morta às margens da rodovia. Os exames revelaram que ela não sofreu abuso sexual.

Um dos principais indícios obtidos pela polícia contra a família Tonelli vem do GPS do Gol alugado pela família. O sistema de localização mostra que o carro fez trajeto diferente do informado por Pablo Tonelli, em depoimento à polícia.

Outro ponto que chama a atenção da polícia é a turbulenta relação de Jennifer e Pablo na cidade de Coriano, na província de Rimini, na Itália. A alemã prestou queixa por agressão contra ele. A acusação foi retirada logo depois. O casal chegou a se separar por dois meses, período em que Jennifer teria morado com uma prima do rapaz. Nessa quinta-feira, a imprensa local divulgou o resultado do exame residuográfico realizado em Pablo e Ferdinando. O exame apontou a existência de pólvora nas mãos dos suspeitos, ou seja, eles usaram uma arma.

Com relação a um exame feito nas mãos de Pablo e Ferdinando que detectou a presença de pólvora nas mãos dos dois, o advogado do sogro e do marido da turista, Célio Avelino, afirmou que o resultado "não tem o menor valor científico, não serve para estabelecer um juízo de condenação ou de absolvição, apenas serve de orientação".


Do JC Online

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