Contradições e denúncias de tortura marcaram o depoimento de Sérgio Rosa Sales nesta quarta-feira, no Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais. Sérgio, um dos acusados pela suposta morte de Eliza, desmentiu os depoimentos dados à polícia anteriormente e disse que foi torturado pelos delegados que investigavam o caso.
A audiência de Sérgio, que é primo do goleiro Bruno Fernandes, durou cerca de sete horas. O acusado disse à juíza Marixa Rodrigues que o delegado Julio Wilke o agrediu com socos e com um saco plástico na cabeça e a delegada Alessandra Wilke com tapas no rosto.
Em seu depoimento, o primo do goleiro reafirmar o que tinha dito no último depoimento, que Bruno não esteve em Vespasiano, local da possível morte de Eliza. Ele afirmou ainda que foi torturado no dia que foi feita a reconstituição do crime, quando ele afirmou que Eliza era mantida refém e estava com um machucado na cabeça.
Sérgio negou essas duas afirmações e declarou ainda que a ação dos policiais neste dia não pode ser acompanhada por nenhum advogado de defesa dos réus. O primo de Bruno também pediu para que a juíza lesse a carta escrita por Dayanne Rodrigues nesta semana.
No documento, Dayanne diz que a intenção de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, era matar o filho de Eliza. Entretanto, Sérgio afirmou que soube pelo adolescente J.- também acusado - que Macarrão teria dito que sumiria com a criança e não que a mataria.
A Justiça de Minas Gerais informou que vai investigar as denúncias de tortura feitas por Sérgio. Caso as afirmações não sejam confirmadas, ele pode responder pelas acusações caluniosas.
Esse é o terceiro dia de audiências dos réus do caso Eliza Samudio.
Depoimentos
Em audiência na tarde desta terça-feira, Flávio Caetano de Araújo, motorista do goleiro, mudou sua versão e afirmou à juíza que chegou a ver Eliza Samudio no sítio do atleta, em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte.
Wemerson Marques, o Coxinha, negou todas as acusações a ele atribuídas e também desmentiu seu depoimento à Polícia Civil. Como Flávio, ele havia falado que não tinha visto Eliza no sítio de Bruno. Coxinha disse à juíza que, naquela ocasião, o goleiro Bruno apresentou o bebê de Eliza como filho dele e que, em momento algum, o atleta negou a paternidade.
O caso
Nove acusados respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Entre os acusados está Bruno, ex-goleiro do Flamengo e também ex-amante de Eliza. Um adolescente de 17 anos está apreendido.
Entre os acusados, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos negam o crime, e, se condenados, podem receber penas de mais de 30 anos.
Eliza tentava provar na Justiça que Bruno era pai de seu filho recém-nascido. Ela teria sido vista pela última vez em uma propriedade do atleta, em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte.
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