BRASÍLIA - Na reunião que precedeu nesta segunda-feira, 8, a instalação da equipe de transição do próximo governo, em sua residência no Lago Sul, em Brasília, a presidente eleita, Dilma Rousseff, expôs a preocupação com o conjunto de projetos em tramitação no Congresso que, somados, podem causar impacto de R$ 125,9 bilhões no Orçamento. Entre eles, a proposta de elevar o salário mínimo acima da regra em vigor, que fixa o reajuste em R$ 538,15.
"Querem fazer bondades com o chapéu alheio", reclamou um membro da equipe de transição, que revelou à Agência Estado detalhes da reunião com Dilma Rousseff ocorrida no fim da manhã. Uma das principais preocupações dos coordenadores da transição é com as propostas de elevar o salário mínimo para R$ 560, como defende o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ou até para R$ 580, como pleiteiam as centrais sindicais.
Os outros projetos que tiram o sono da presidente eleita e dos coordenadores da equipe de transição são: o aumento de 56% para os servidores do Judiciário, orçado em R$ 6,35 bilhões, a fixação de um piso nacional para policiais militares e bombeiros, estimado em R$ 20 bilhões, a recomposição do valor das aposentadorias pagas pelo INSS, avaliada em R$ 88,3 bilhões - projeto do senador reeleito Paulo Paim (PT-RS), e a regulação da jornada de trabalho de até seis horas diárias ou 30 horas semanais para enfermeiros.
Participaram da reunião com a presidente eleita os quatro coordenadores da equipe de transição: o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB); o presidente do PT, José Eduardo Dutra; os deputados José Eduardo Cardozo e Antonio Palocci. Da parte do atual governo, estavam presentes o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Da casa de Dilma Rousseff, eles seguiram para a solenidade de instalação da equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). No final da cerimônia, Michel Temer relatou aos jornalistas que a equipe vai se reunir com o relator-geral do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), para discutir essas questões. A data da reunião ainda não foi divulgada.
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