Promotores do Ministério Público da Bahia e equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco) estão em Vitória da Conquista nesta quarta-feira (5), para cumprir dez mandados de prisão preventiva contra policiais militares e outros 37 mandados de busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público, a prisão preventiva dos policiais foi decretada pelo juiz da comarca de Vitória da Conquista, Reno Soares. Nove policiais militares e um tenente da Polícia Militar são acusados de envolvimento na série de crimes registrados no município após o assassinato do soldado PM Marcelo Márcio Lima, em 28 de janeiro último.
Também foram concedidos 37 mandados de busca e apreensão de armas e munições, além de objetos e documentos que possam auxiliar as investigações. A força-tarefa do Gaeco - formada pelo seu coordenador, promotor de Justiça Maurício Cerqueira, e pelos promotores de Justiça Genísia Oliveira, Beneval Mutim, Paulo Gomes e Gervásio Lopes - encontra-se na cidade acompanhando as prisões e mandados de busca e apreensão.
De acordo com a decisão judicial, indícios apontam que os assassinatos ocorridos em Vitória da Conquista entre os dias 28 e 29 de janeiro foram cometidos em atividade típica de grupo de extermínio. O MP havia pedido a prisão de 37 policiais militares, mas o juiz Reno Soares entendeu que havia indícios suficientes de autoria apenas contra 10 policiais. Em relação aos demais, ele justificou em sua decisão que, "quanto à participação deles nos delitos, outras provas precisariam ser produzidas".
Segundo o MP, as investigações começaram após uma série de sequestros e mortes na cidade, após a morte do policial Marcelo Lima. Durante dois dias, casas foram invadidas e várias pessoas foram vítimas de agressão e sequestro, sendo que 11 delas foram executadas e três jovens continuam desaparecidos.
A força-tarefa do MP ouviu cerca de 30 testemunhas; solicitou a exumação de cinco corpos de vítimas para retirada das balas e a micro-comparação balística dos projéteis e reuniu provas e depoimentos que indicavam a participação de policiais militares nos crimes. Pelo menos quatro deles foram reconhecidos por vítimas e testemunhas ouvidas pelo Ministério Público.
Fonte: Agência Estado
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