A seleção da Argentina confirmou o favoritismo neste domingo e derrotou o México por 3 a 1, no estádio Soccer City, em Johannesburgo. A vitória, que garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Mundo, foi marcada por um grave erro da arbitragem no primeiro gol da partida.
Em posição de impedimento, Tevez abriu o placar aos 25 minutos de jogo, de cabeça. O gol abriu a retranca mexicana, que não resistiu ao bom volume de jogo do ataque rival e cedeu outros dois gols. No segundo tempo, Hernandez descontou com um belo gol, mas não foi o suficiente para ameaçar a vitória argentina.
O resultado repetiu o confronto das oitavas de final do Mundial de 2006, quando os argentinos eliminaram os mexicanos na prorrogação. E, assim como na Copa passada, o time sul-americano terá pela frente a Alemanha pela frente, no próximo sábado, às 11 horas (de Brasília), no estádio Green Point, na Cidade do Cabo.
Neste domingo, os alemães golearam a Inglaterra por 4 a 1 e se classificaram para disputar as quartas de final, em partida também marcada por uma falha da arbitragem. A Argentina tentará evitar o resultado do Mundial passado, quando foi eliminada nas cobranças de pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação.
Já os mexicanos mantiveram a sina de cair nas oitavas de final de um Mundial. Foi a quinta vez seguida que a equipe foi eliminada nesta fase. O time buscava igualar as campanhas de 1970 e 1986, quando alcançou as quartas de final, ambas as vezes em uma Copa disputada em seu território.
O JOGO - Como aconteceu nas partidas anteriores, o México tomou a iniciativa e tentou dar velocidade ao jogo. Antes de completar o segundo minuto, a equipe levou perigo no primeiro lançamento para o ataque, buscando o atacante Giovanni dos Santos.
Mesmo com mudanças na defesa, a Argentina se segurou bem. O volante Verón ficou no banco, enquanto Maxi Rodriguez começou como titular. Sem Samuel, ainda machucado, Maradona escalou Burdisso na zaga, ao lado de Demichelis. Na lateral direita, Otamendi substituiu Gutierrez.
A defesa argentina, porém, não escapou de levar sustos no início. Foi o México quem criou as primeiras boas chances de gol e chegou com perigo por duas vezes em menos de um minuto. Aos 7 minutos, Salcido arriscou de muito longe e acertou o travessão, assustando o goleiro Romero. Na sequência, Guardado recebeu pela direita e bateu de fora da área. A bola fez uma curva e passou rente à trave esquerda da meta argentina.
Mas era o time de Maradona que controlava o jogo. Valorizava a posse de bola no meio de campo, à espera de um espaço na defesa rival para uma investida de Messi ou Tevez. Os mexicanos evitavam os contra-ataques ao avançar em velocidade e recuar com a mesma rapidez. Assim, deixava pouco espaço para o meio de campo argentino criar jogadas mais perigosas.
A defesa do México dava conta do serviço até que o assistente cometeu grave erro e acabou prejudicando a estratégia do técnico Javier Aguirre. Aos 25, Messi armou pelo meio e lançou Tevez, que parou na defesa. No rebote, o mesmo Messi deu novo lançamento para o atacante, em posição de impedimento, cabecear para o fundo das redes. Os jogadores mexicanos reclamaram bastante com o assistente, mas o árbitro confirmou o gol.
O gol irregular da Argentina abalou a equipe adversária, que caiu de produção e cedeu mais espaço em campo. A situação do time mexicano ficou mais complicada aos 32 minutos, quando Osorio vacilou na defesa e armou o segundo gol argentino. O lateral entregou a bola nos pés de Higuaín, que invadiu a área, driblou o goleiro e mandou para o gol. O atacante chegou ao seu quarto gol nesta Copa e se isolou na liderança da artilharia.
O segundo gol desequilibrou ainda mais a partida. Mesmo abatidos, os mexicanos não se intimidaram e foram para o ataque na tentativa de reduzir o placar. Contudo, a seleção não mostrou o mesmo desempenho do início do jogo. No melhor arremate, Rafa Marquez bateu de longe e parou nas mãos de Romero, aos 43 minutos. Nos acréscimos, Hernandez não conseguiu completar cruzamento perigoso na pequena área e o goleiro fez a defesa com tranquilidade.
Na volta do intervalo, o México repetiu a postura do início do jogo e foi para cima na tentativa de se manter com chances de vitória. Mas Tevez tratou de definir a partida logo aos 6 minutos, em um belo gol. Após cortar o marcador, ele bateu forte de fora da área e acertou o ângulo esquerdo do goleiro Perez.
O terceiro gol, porém, não desmotivou o México. Liderada pelo jovem Hernandez, a seleção de Aguirre não deu sossego para a defesa argentina. Aos 14, Barrera fez grande jogada individual pela esquerda, driblou o marcador e bateu fechado, na rede, pelo lado de fora. Três minutos depois, Hernandez cabeceou com perigo, por cima do gol. Aos 24, Heinze precisou se esticar para evitar o gol mexicano, ao desviar de cabeça na linha.
Depois de seguidas investidas, a equipe mexicana foi premiada aos 25 minutos. Hernandez recebeu na entrada da área, girou rápido sobre a defesa argentina e encheu o pé, sem dar chances para o goleiro Romero. O gol deu maior motivação aos jogadores. Mas, desta vez, o ataque mexicano parou na defesa da Argentina, cada vez mais recuada.
O reforço na zaga impediu uma goleada dos sul-americanos. Messi ficou mais isolado no setor ofensivo, enquanto Tevez foi substituído por Verón. O melhor jogador do mundo em 2009 até teve duas chances de gol, mas manteve o seu jejum de gols nesta Copa do Mundo.
Ficha Técnica:
Argentina 3 x 1 México
Argentina - Romero; Otamendi, Demichelis, Burdisso, Heinze; Mascherano, Maxi Rodriguez (Pastore), Messi e Di Maria (Gutierrez); Tevez (Verón) e Higuaín. Técnico: Diego Maradona.
México - Perez; Osorio, Rodriguez, Rafa Marquez e Salcido; Torrado, Guardado (Franco), Hernandez, Juarez, Bautista (Barrera); Hernandez e Giovanni dos Santos. Técnico: Javier Aguirre.
Gols - Tevez, aos 25, e Higuaín, aos 32 minutos do primeiro tempo. Tevez, aos 6, e Hernandez, aos 25 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo - Rafa Marquez (México).
Árbitro - Roberto Rossetti (Itália).
Público - 84.377 espectadores.
Local - Estádio Soccer City, em Johannesburgo (África do Sul).
Fonte: Agência Estado